27.Nov.2008


Vim. Não por mim, mas por algo que me transportou até cá. Dou por mim sentada num banco que desconheço a textura concentrando-me apenas no vai e vem das ondas. Está frio. E o cigarro que seguro entre os dedos não me aquece senão as vias até ao qual transporta o fumo vertiginoso que queima lá dentro. Silêncio. O horizonte, como uma linha perfeita entre o azul do céu e o azul ainda mais azul do mar, dão-me calma ainda que momentânea. Porque ás vezes é preciso parar. Porque ás vezes é preciso entrar em nós e percorrer os trilhos já tantas vezes percorridos…Inércia. Vejo o cigarro a aproximar-se do fim e sei que tenho apenas mais uns segundos em mim. O regresso é inevitável. Deixo o banco vazio. Alguém o irá ocupar tantas e tantas vezes até que volte a reconhecer o meu cheiro. Fui.


[FOZ - Porto]



6 comentários:

Cláudio Folha disse...

não podias ter escolhido sitio melhor =)

nada mais a dizer


*

The Sweet Kik disse...

Tu fumas!!! minha best@@@@@!!! AÍÍÍÍÍÍÍ.......

code disse...

Fantástico! :)

Adorei a reflexão. Um cenário e um guião suaves, a transmitirem sentimentos intensos e pensamentos profundos.

Parabéns.

Abraço,
André.

Anônimo disse...

Há ondas que vem,
Há ondas que vão,
Há ondas que vem e vão,
Há as que limpam rastos,
Há as que deixam marcas.
Certo é, há ondas!
E das do mar posso dizer que acalmam.

abr cpnh

Anônimo disse...

Em cima do rochedo e a ser atingido pelos salpicos frios e salgados, e abrir as narinas ao ar húmido (sem fumo:) ), cheira-las e ouvi-las de olhos fechados, depois as ter olhado pois seria demasiado analisar tudo de uma só vez! é assim que eu gosto, bem "cozinhadas"

já tinha saudades da tua escrita:)

BJ cpnh

Filipe Carrilho disse...

Sem dúvida alguma que tinha saudades, deste teu blogue. Marcas-te a minha presença á uns tempos atrás, com a tua assiduidade no meu blogue.
Na verdade, lembrei-me de ti, á pouco. E resolvi vasculhar um pouco, nos meus arquivos, e mal me cheirou a limão, descobri que estevas por perto.
Estas diferente, e digo-te que para melhor.
Continua assim, minha querida.

Beijo.
Filipe