27.Nov.2008


Vim. Não por mim, mas por algo que me transportou até cá. Dou por mim sentada num banco que desconheço a textura concentrando-me apenas no vai e vem das ondas. Está frio. E o cigarro que seguro entre os dedos não me aquece senão as vias até ao qual transporta o fumo vertiginoso que queima lá dentro. Silêncio. O horizonte, como uma linha perfeita entre o azul do céu e o azul ainda mais azul do mar, dão-me calma ainda que momentânea. Porque ás vezes é preciso parar. Porque ás vezes é preciso entrar em nós e percorrer os trilhos já tantas vezes percorridos…Inércia. Vejo o cigarro a aproximar-se do fim e sei que tenho apenas mais uns segundos em mim. O regresso é inevitável. Deixo o banco vazio. Alguém o irá ocupar tantas e tantas vezes até que volte a reconhecer o meu cheiro. Fui.


[FOZ - Porto]