Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
(Fernando Pessoa)
6 comentários:
adorei o poema =)
lindo***
beijinhu
A mente é mestre na arte de fazer doer sem se ver.
Beijo doce na tua alma
gostei muito do teu blog! parabens!
p.p.
Os poemas dele são todos fascinantes e verdadeiramente reais... São dele, não será o bastante?!
Fernando Pessoa é sem dúvida um mestre intemporal.
Fico muito contente por mais pessoas partilharem o meu gosto pela sua genialidade emocional e filosófica.
Obrigado pelo teu comentário.
Acredita.
Abraço,
André.
Quando menos espero, sou confrontado com mais uma questão para pensar.
Ora então passo a refelctir nessa doença maior.
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