Hoje o meu avô disse-me...
''A vida é curta para as pessoas felizes... mas muito longa para as infelizes''
Tens razão avô! Tens razão...
É amar alguém em silêncio,
É irradiar felicidade quando se é infeliz,
É tentar perdoar alguém que não mereça perdão,
É esperar quando não se acredita no retorno,
É manter-se calmo no momento de desespero,
É demonstrar alegria quando não se sente,
É sorrir quando se deseja chorar,
É fazer alguém feliz quando se tem o coração em pedaços,
É calar quando o ideal seria gritar a sua angustia,
É consolar quando se precisa de consolo...
(e tu,és forte?)
Na terra dos sonhos, andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas faces estudadas do senhor
doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a
pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és,ninguém te
leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda
por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entre linhas,
ninguém se pode enganar
E abre bem os olhos,escuta bem o coração se é que
queres ir para lá morar
(...)
Se queres ver o mundo inteiro á tua altura
Tens de olhar p´ra fora sem esquecer que dentro é que
é o teu lugar
E se ás duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanço, está ao teu alcançe tens de o
encontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és,ninguém te
leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda
por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entre linhas,
ninguém se pode enganar
E abre bem os olhos,escuta bem o coração se é que
queres ir para lá morar
Há gente que espera de olhar vazio
Na chuva, no frio, encostada ao mundo
A quem nada espanta
Nenhum gesto
Nem raiva ou protesto
Nem que o sol se vá perdendo lá ao fundo
Há restos de amor e de solidão
Na pele, no chão, na rua inquieta
Os dias são iguais já sem saudade
Nem vontade
Aprendendo a não querer mais do que o que resta
E a sonhar de olhos abertos
Nas paragens, nos desertos
A esperar de olhos fechados
Sem imagens de outros lados
A sonhar de olhos abertos
Sem viagens e regressos
Outro dia lado a lado
Há gente nas ruas que adormece
Que se esquece enquanto a noite vem
É gente que aprendeu que nada urge
Nada surge
Porque os dias são viagens de ninguém
A sonhar de olhos abertos
Nas paragens, nos desertos
A esperar de olhos fechados
Sem imagens de outros lados
A sonhar de olhos abertos
Sem viagens e regressos
A esperar de olhos fechados
Outro dia lado a lado
Aprende-se a calar a dor
A tremura, o rubor
O que sobra de paixão
Aprende-se a conter o gesto
A raiva, o protesto
E há um dia em que a alma nos rebenta nas mãos!